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Deputados cobram isenção da Agência CLDF e denunciam uso político da comunicação oficial

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A comunicação institucional da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) entrou no centro de uma crise interna. Quatro deputados distritais — Roosevelt Vilela (PL), Thiago Manzoni (PL), Pastor Daniel de Castro (PP) e João Cardoso (Avante) — protocolaram uma representação formal contra o que classificam como uso político e ideológico da Agência CLDF de Notícias e dos canais oficiais de comunicação da Casa.

O documento, entregue ao presidente da CLDF no início da semana, acusa a estrutura de imprensa do Legislativo de romper com os princípios de impessoalidade e isonomia, bases que deveriam nortear a atuação de um órgão público. Segundo os parlamentares, a Agência tem selecionado vozes e silenciado contrapontos, favorecendo pautas e discursos de perfil ideológico à esquerda.

O estopim da denúncia foi uma reportagem publicada no dia 14 de outubro, com o título “Distritais criticam projeto que prevê câmeras em salas de aula”. O texto, segundo os deputados, destacou apenas declarações de opositores do projeto — entre eles Chico Vigilante (PT), Fábio Felix (PSOL) e Gabriel Magno (PT) —, omitindo completamente a posição dos autores da proposta, Roosevelt Vilela e Thiago Manzoni, responsáveis pelo projeto que institui câmeras de segurança em escolas públicas do DF.

Para Roosevelt, a publicação extrapolou a fronteira do jornalismo institucional e se transformou em um ato de militância travestido de notícia. “Não é papel da comunicação pública reproduzir narrativas partidárias. Quando o contraditório é suprimido, o cidadão é quem perde a confiança na instituição”, afirmou o parlamentar.

Na representação, os deputados apontam que a conduta da Agência CLDF fere diretamente o artigo 37 da Constituição Federal, que estabelece como dever da administração pública observar os princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.

Eles também citam o Regimento Interno da CLDF, o Ato da Mesa Diretora nº 85/2024 e a Lei Complementar nº 840/2011, que tratam da ética e das responsabilidades de servidores públicos no exercício da função.

Segundo os autores da denúncia, o caso não se limita a um episódio isolado, mas reflete um padrão de atuação seletiva que distorce a missão institucional do órgão.

O grupo pede a remoção ou retificação da matéria publicada, com a inclusão do contraditório, além de uma revisão completa dos procedimentos internos da Comunicação Social da CLDF. A meta, afirmam, é garantir que a produção jornalística da Casa volte a respeitar critérios técnicos e republicanos.

“Queremos apenas que a comunicação cumpra o papel de informar, não de interpretar ou escolher lados”, destacou Thiago Manzoni, reforçando que a imprensa pública deve se pautar pela transparência e equilíbrio, sobretudo quando se trata de temas sensíveis que envolvem segurança e educação.

Nos bastidores, o episódio expõe uma tensão crescente entre parlamentares da base conservadora e a cúpula administrativa da Câmara Legislativa. Para aliados de Roosevelt, há uma tentativa velada de descredibilizar projetos de maior alcance popular, enquanto se amplia o espaço para discursos alinhados à oposição ideológica.

O caso reacende o debate sobre o limite entre jornalismo público e comunicação política — um tema que desafia não apenas a CLDF, mas também outras instituições do poder público. Afinal, quando a informação oficial perde o compromisso com a pluralidade, quem perde é o cidadão.
A denúncia apresentada por Roosevelt Vilela e demais distritais revela uma insatisfação crescente com o que eles chamam de partidarização da comunicação legislativa.

Seja qual for o desfecho, o episódio reforça a necessidade de que a comunicação pública retome o compromisso com a neutralidade, dando espaço a todos os lados do debate político.

No centro dessa discussão está mais do que um embate interno — está a credibilidade da CLDF perante a sociedade, que espera do poder público não apenas transparência, mas também respeito ao direito de ser bem informado.

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