A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta quarta-feira (19) a Operação Bethlehem, que revelou um esquema sofisticado de sonegação fiscal envolvendo empresários do setor de padarias e farmácias. Segundo as investigações, o grupo deixou de recolher aproximadamente R$ 15,5 milhões em impostos entre 2017 e 2022.
De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT/Decor), os empresários criaram uma empresa fantasma em nome de terceiros, incluindo familiares e funcionários de contadores, para registrar vendas não declaradas nos balanços oficiais. Máquinas de cartão de crédito e débito foram vinculadas a essa empresa fictícia, permitindo que parte do faturamento fosse ocultada e os tributos não pagos.
O esquema beneficiava diretamente os donos das redes, com atuação concentrada principalmente na região do Gama. Para reunir provas e impedir a continuidade das atividades ilícitas, a polícia cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos localizados no Gama, Santa Maria, Ceilândia e Valparaíso de Goiás.
A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores equivalentes à dívida tributária, visando ressarcir os cofres públicos e enfraquecer financeiramente o grupo. Os investigados podem responder por sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que somadas podem chegar a 24 anos de prisão.
O nome da operação, Bethlehem, faz referência à palavra hebraica que significa “casa do pão”, em alusão ao principal ramo das empresas investigadas. Cerca de 60 policiais civis participaram da ação.


