Nos últimos dias, José Roberto Arruda voltou a protagonizar ataques nas redes sociais, desta vez direcionados ao governador Ibaneis Rocha. Em uma publicação recente, o ex-governador recorreu a ofensas de cunho pessoal, em tom agressivo e depreciativo, tentando atingir a imagem de Ibaneis não por meio do debate político, mas pela via da injúria.
O vídeo, que circula nas plataformas digitais, revela mais que um desabafo: expõe o desconforto de quem tenta se manter relevante em um cenário político do qual foi afastado pela própria biografia. A retórica inflamável de Arruda, longe de representar oposição qualificada, escancara o retorno de um personagem cuja presença pública sempre oscilou entre a ambição e o escândalo.
Não por acaso, o novo surto de ataques coincide com a recente decisão judicial que o tornou inelegível por oito anos, em decorrência de seu envolvimento no escândalo conhecido como Operação Caixa de Pandora. A medida o impede de disputar as eleições de 2026 e, na prática, o retira da corrida pelo poder que ele insiste em manter viva nas redes.
Enquanto Ibaneis Rocha mantém sua atuação institucional e se consolida como figura de diálogo e estabilidade, Arruda escolhe o caminho do confronto pessoal, descolado de propostas e movido por ressentimento. É uma tentativa de permanecer em evidência pela provocação, já que o voto, por ora, lhe está interditado.
A reincidência desse comportamento também reforça um traço histórico do ex-governador: o uso da verborragia como instrumento de sobrevivência política. Mas, em um cenário cada vez mais atento à ética e à responsabilidade pública, o velho estilo parece destoar do momento que o Distrito Federal vive — de reconstrução, equilíbrio e foco em resultados concretos.
Ao recorrer a insultos em vez de ideias, Arruda não apenas ataca um adversário, mas reitera sua incapacidade de se reinventar fora da lógica do escândalo. E no jogo político, quando a voz se sobrepõe ao conteúdo, o ruído costuma ser o último refúgio de quem perdeu o espaço da palavra.
O tempo político mudou. O eleitor do DF, hoje, observa com atenção quem constrói e quem destrói. Ao apostar em insultos, Arruda não apenas tenta atingir Ibaneis — ele reforça a própria imagem de um passado que Brasília parece não querer reviver.


