O cruzeirense José Victor Miranda (foto em destaque), de 30 anos, morreu carbonizado durante briga entre a torcida do Palmeiras e do Cruzeiro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), na madrugada deste domingo (27/10).
A morte revoltou a família da vítima, que era motoboy e que vivia em Sete Lagoas (MG). “Ele era uma pessoa de muita alegria. Tinha amizade com todo mundo”, lamentou a chef de cozinha Camila Geralda Vieira, 36, prima de Miranda.
Segundo a família, Miranda era um dos líderes da torcida organizada Máfia Azul e amava o Cruzeiro. Para familiares, a briga na realidade foi uma emboscada, que vinha sendo planejada. Os parentes disseram que desde 2022 ouviam relatos de ameaças da torcida do Palmeiras.
“É preciso que a polícia tome providências. Tudo isso por causa de um jogo? É preciso mais amor na vida das pessoas. Agora, pais, mães e parentes sofrem”, desabafou.
Barbárie
Vídeos mostram as barbárie durante a confusão. As imagens mostram palmeirenses agredindo e humilhando cruzeirenses com chutes no rosto, pauladas e xingamentos.
Veja:
A coluna Na Mira apurou que membros da torcida organizada palmeirense Mancha Alviverde teriam monitorado e interceptado os cruzeirenses da organizada Máfia Azul. Os mineiros teriam sido emboscados.
“É Mancha caralh*! É a Mancha Filha da Put*! É Mancha seu cuzã*!”, gritava um agressor. Os vídeos mostram apenas torcedores do Palmeiras atacando, enquanto cruzeirenses estavam sem roupas e feridos.
As agressões continuam mesmo contra os torcedores rendidos. “Fala filha da put*! Fala filha da put* do caralh*! É a Mancha Verde do Palmeiras! É a Mancha Verde do Palmeiras!”, gritava um palmeirense.
Em outro trecho, um torcedor do cruzeiro nitidamente desnorteado pelos ferimentos é hostilizado pelos torcedores adversários.
Acompanhe:
Os torcedores mineiros voltavam de ônibus de Curitiba (PR), onde Cruzeiro jogou no sábado (26/10) com Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.
Feridos
Pelo menos 12 pessoas teriam sido feridas no confronto. Além disso, um ônibus que levava os torcedores do Cruzeiro foi depredado e incendiado.
Segundo a concessionária Arteris, administradora da Fernão Dias, a rodovia ficou totalmente bloqueada na pista sentido Belo Horizonte, na altura do km 65, em Mairiporã, para o atendimento das vítimas. Foi registrado 1 km de congestionamento.
