O mês de novembro chama atenção para um tema delicado e urgente: a prematuridade. A campanha Novembro Roxo, que ganha destaque nesta segunda-feira (17) com o Dia Mundial da Prematuridade, busca informar a população sobre a necessidade de atenção especial a gestantes e recém-nascidos que chegam ao mundo antes do tempo.
No Distrito Federal, os números impressionam. Em 2024, 4,2 mil bebês nasceram prematuros, representando cerca de 13% de todos os partos. Cada caso envolve um acompanhamento minucioso e cuidados intensivos para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento saudável da criança.
Entre essas histórias de coragem, a de Mavie se destaca. Nascida com apenas 24 semanas de gestação, ela enfrentou desde os primeiros minutos de vida desafios que pareciam insuperáveis. Sua mãe, Raynara Andrade, lembra. “Cada respiração, cada batimento era motivo de alerta. Foram semanas de medo constante, sem saber se ela iria resistir.” Mavie passou mais de três meses na UTI neonatal do Hospital Regional de Taguatinga, enfrentando complicações graves, mas recebeu alta graças ao trabalho incansável de uma equipe multidisciplinar.
Hoje, prestes a completar um ano, Mavie é um exemplo de superação. Alegre, comunicativa e cheia de energia, ela ainda passa por acompanhamento para lidar com uma condição pulmonar crônica, consequência da prematuridade. Para Raynara, cada conquista da filha é motivo de celebração. “Ela evoluiu muito! Antes não suportava contato físico e hoje interage com todos, sorri e explora o mundo com curiosidade. Ela é a minha ‘pequena guerreira’.”
Para os profissionais de saúde, casos como o de Mavie reforçam a necessidade de atenção especializada desde os primeiros minutos de vida. Gabrielle Medeiros, gerente de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da SES-DF, destaca. “A estabilização imediata, o suporte respiratório, a alimentação segura e o monitoramento constante fazem toda a diferença. Equipes treinadas podem mudar o futuro desses bebês.”
Mas, além da técnica, o aspecto humano é decisivo. “Estimular o contato com os pais, oferecer informações claras e permitir que a família participe das decisões acelera a recuperação. Humanizar o cuidado não é apenas carinho, é salvar vidas e garantir desenvolvimento saudável”, explica Gabrielle.
A história de Mavie mostra que, com acompanhamento médico qualificado, apoio familiar e políticas de saúde adequadas, é possível transformar momentos de fragilidade em histórias de superação. O Novembro Roxo, assim, não celebra apenas a luta contra a prematuridade, mas também a força de famílias e profissionais que tornam a esperança realidade.
