No Gama, um novo espaço dedicado ao cuidado em saúde mental começa a mudar a paisagem e a expectativa de quem mora no Setor Norte. Onde antes havia apenas um terreno murado, hoje as salas, corredores e áreas externas já ganham forma. O prédio que vai abrigar o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) entrou na fase final de construção, com as instalações internas praticamente concluídas.
O projeto recebeu R$ 3,5 milhões e foi pensado para funcionar como uma extensão da comunidade, não como um ambiente hospitalar fechado. São mais de 740 m² divididos em consultórios, salas para atividades coletivas, espaços de convivência e uma área ajardinada voltada para terapias ao ar livre. Toda a estrutura foi desenhada com acessibilidade completa, garantindo circulação facilitada para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou necessidades específicas.
A unidade será um Caps tipo III, modelo que oferece atendimento 24 horas, inclusive à noite, nos finais de semana e feriados. O serviço é voltado a adultos a partir de 18 anos que enfrentam sofrimento psíquico intenso ou transtornos mentais graves e persistentes. Além do acolhimento, o espaço oferecerá acompanhamento clínico, terapias em grupo, apoio familiar e programas de reinserção social e comunitária.
Segundo a diretora de Atenção Secundária da Região Sul, Ângela Maria de Sousa, a chegada do equipamento preenche uma lacuna histórica no território. “O Caps é o ponto que articula o cuidado em saúde mental no território. Ele organiza, acompanha e permanece junto da pessoa. A comunidade do Gama esperava por esse serviço e agora terá um cuidado contínuo, humanizado e perto de casa.”
Atualmente, a Região de Saúde Sul possui apenas um Caps voltado ao atendimento de pessoas com dependência de álcool e outras drogas, localizado em Santa Maria, que funciona em horário comercial. Com a nova unidade no Gama, o atendimento será ampliado também para situações de crise e permanência prolongada, garantindo suporte durante todo o dia.
O acesso ao serviço poderá ocorrer de duas formas: por demanda espontânea — quando o próprio usuário procura o Caps, ou por encaminhamento de Unidades Básicas de Saúde, hospitais, escolas, serviços de assistência social ou do sistema de justiça. Hoje, o Distrito Federal conta com 18 unidades da Rede de Atenção Psicossocial distribuídas pelas regiões de saúde.
A previsão é que o novo Caps do Gama não seja apenas um local de atendimento, mas um espaço de reconstrução de vínculos, cuidado presente e convivência — onde o tratamento se faz com tempo, proximidade e presença.


