A arte urbana ganha espaço na transformação social no Distrito Federal. A partir desta semana, 400 exemplares do livro Tranquilo, mas agiliza, primeira parte da trilogia do artista brasiliense Pedro Sangeon, conhecido pelo personagem Gurulino, serão distribuídos entre adolescentes da Unidade de Internação do Recanto das Emas e bibliotecas públicas da capital.
Com investimento de R$ 100 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e organização da Casa Jasmim, a iniciativa busca unir cultura e educação. Cerca de 300 exemplares serão entregues aos jovens em atendimento socioeducativo em um encontro marcado para 3 de dezembro. Os 100 exemplares restantes reforçam o acervo das bibliotecas públicas, oferecendo acesso gratuito a leitores de todas as idades.
Para Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania, o projeto vai além do incentivo à leitura: é um estímulo à reflexão e à construção de novos caminhos para a juventude. “Ler é descobrir novas possibilidades e desenvolver o pensamento crítico. É um passo importante para que cada jovem possa transformar a própria realidade”, afirma.
Histórias que ensinam a desacelerar
Com 190 páginas, o livro reúne tirinhas reimaginadas e desenhos inéditos, apresentando o primeiro encontro dos personagens do universo Gurulino. A obra propõe uma abordagem contemplativa do cotidiano, incentivando pausas, reflexão pessoal e regulação emocional.
“Queremos que o público acompanhe a evolução do trabalho, dos personagens e dos enredos, entendendo como a narrativa se construiu ao longo do tempo”, explica Pedro Sangeon. Para ele, a obra é mais do que quadrinhos: “Espero que os jovens encontrem na arte novas perspectivas de vida, formas de interpretar a realidade e oportunidades para exercitar a imaginação. A arte transforma e dá asas à mente”.
Segundo o autor, o livro é um convite para desacelerar a mente, combinando humor, reflexão e toques de fantasia. “Espero que a arte ofereça a esses jovens o mesmo que me ofereceu: novas perspectivas de vida e novas formas de compreender a realidade. Acredito que a arte ajuda a refletir, a reinventar a vida, criar alternativas onde antes não havia e, sobretudo, dar asas à própria imaginação”, pontua.


