Governador do Distrito Federal desde 2019, o advogado que saiu da advocacia para o centro do poder conseguiu o que poucos nomes da política local alcançaram: construir popularidade sem recorrer ao teatro político. Em uma capital marcada por caciques tradicionais e alianças previsíveis, Ibaneis surgiu como um ponto fora da curva — e justamente por isso foi acolhido pelo eleitor brasiliense.
Ao assumir o Palácio do Buriti, Ibaneis trouxe um estilo direto, sem rodeios e com pouco espaço para o formalismo da velha política. Falava como cidadão comum, cobrava como gestor e, acima de tudo, entregava resultados. A fórmula, simples na teoria e rara na prática, logo se traduziu em obras espalhadas por todo o Distrito Federal.
De Vicente Pires, que enfim recebeu o tão prometido asfalto, ao Viaduto do Sudoeste e ao Túnel Rei Pelé, em Taguatinga, o governo de Ibaneis apostou em realizações visíveis, de impacto imediato no cotidiano da população. As bacias de contenção do programa Drenar-DF e outras intervenções estruturantes reforçaram a imagem de um administrador que prefere o concreto ao discurso.
Mas sua gestão não se limitou às obras físicas. O governador também consolidou uma agenda social robusta, voltada para a redução das desigualdades. O Prato Cheio, o Cartão Gás e a ampliação dos restaurantes comunitários — com refeições mais baratas e acessíveis — projetaram Ibaneis como um gestor sensível às demandas básicas da população. Ao mesmo tempo, manteve o foco na responsabilidade fiscal, equilibrando as contas e recuperando a confiança do funcionalismo público, historicamente um termômetro político no DF.
O mais curioso é que Ibaneis alcançou esse espaço sem se valer de carisma fabricado ou slogans de campanha. Sua popularidade, que gira em torno de 60% de aprovação segundo as últimas pesquisas, é fruto da autenticidade. Ele fala como quem conversa com o vizinho, celebra conquistas com naturalidade e cobra resultados com o mesmo rigor que exigia em seu escritório de advocacia. Essa postura, espontânea e pragmática, transformou-se em um diferencial num cenário político cada vez mais teatral.
Enquanto muitos tentam parecer “povo”, Ibaneis é — sem ensaio, sem mise-en-scène. E talvez esteja aí o segredo de sua força política: ele não atua no papel de governante; exerce o de gestor.
Com quase sete anos à frente do governo, o nome de Ibaneis Rocha passa a ser visto como peça central no tabuleiro político do Distrito Federal. Naturalmente, o próximo passo começa a ser desenhado: o Senado. O governador chega a essa etapa com credenciais sólidas — popularidade estável, base política consolidada e uma imagem de eficiência que resistiu ao desgaste natural de dois mandatos.
E essas credenciais têm respaldo nos números. Uma pesquisa estimulada do Paraná Pesquisas, realizada entre os dias 31 de maio e 4 de junho de 2025, com 1.522 eleitores do DF, aponta Ibaneis com 36,5% das intenções de voto para o Senado, atrás apenas de Michelle Bolsonaro, que aparece com 42,8%. Em cenário alternativo, sem a presença da ex-primeira-dama, o governador empata tecnicamente com o deputado Fred Linhares (Republicanos-DF), com 35,3% contra 36,0%.
Os dados reforçam que, se a disputa ocorresse hoje, Ibaneis seria um dos nomes mais competitivos do pleito — um resultado que reflete não apenas seu desempenho administrativo, mas também a confiança consolidada junto ao eleitorado. Segundo o mesmo instituto, seu governo mantém 59% de aprovação, uma marca expressiva para quem já ultrapassou dois mandatos consecutivos.
Assim, a possível candidatura de Ibaneis ao Senado em 2026 não surge como especulação, mas como desdobramento natural de uma trajetória política marcada pela entrega, pela estabilidade e por uma conexão genuína com o cidadão comum. Em um país cansado de narrativas e carente de resultados, ele segue transformando autenticidade em estratégia — e gestão em capital político.


