Imagine caminhar por um shopping e se deparar com pinturas, esculturas, apresentações musicais e teatrais que contam histórias de povos muitas vezes esquecidos nos livros escolares. Foi essa experiência que marcou o Festival Taguatinga Plural, realizado entre os dias 5 e 7 de novembro, reunindo estudantes de 34 escolas de Taguatinga, da educação infantil ao ensino médio, para mostrar projetos que unem arte, educação e reflexão sobre diversidade.
Criado em 2021 pela professora Janaína Almeida, o festival nasceu com o objetivo de dar visibilidade a temas historicamente marginalizados na educação formal. Hoje, sob coordenação do professor André Lúcio Bento, o evento extrapola os muros da escola e transforma o shopping em um espaço de aprendizado aberto, onde a comunidade pode conhecer e vivenciar ações pedagógicas sobre antirracismo e valorização das culturas indígena e africana.
Durante três dias, o público conferiu trabalhos manuais, danças, performances musicais e apresentações teatrais desenvolvidas pelos próprios estudantes. Nesta edição, o festival conquistou ainda o Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, reconhecimento a iniciativas que promovem equidade racial e quilombola, e contou com apoio financeiro do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf), da Secretaria de Educação do Distrito Federal.
“O Taguatinga Plural mostra às crianças e adolescentes a importância de conhecer e valorizar os povos que ajudaram a construir a identidade do Brasil”, destaca André. Ele ressalta que levar o festival para um espaço público amplia o alcance do projeto, permitindo que pais, moradores e visitantes participem diretamente do processo educativo.
Um diferencial do evento é a liberdade das escolas para explorar diferentes tribos, etnias e tradições, oferecendo experiências educativas diversificadas e enriquecedoras. O resultado é uma celebração plural que mistura aprendizado, criatividade e cultura, conectando escolas, estudantes e comunidade.
O Festival Taguatinga Plural prova que a educação pode ir muito além das salas de aula, transformando ambientes cotidianos em espaços de conhecimento, arte e valorização da diversidade brasileira.


