Às vésperas das confraternizações de fim de ano, a Vigilância Sanitária do Distrito Federal ampliou a presença em mercados, açougues, peixarias e estabelecimentos que comercializam alimentos típicos das ceias natalinas. O reforço na fiscalização teve como objetivo reduzir riscos à saúde da população diante do aumento expressivo da procura por produtos como aves natalinas, carnes suínas e peixes.
O balanço das ações realizadas entre os dias 10 e 17 deste mês aponta 525 fiscalizações em diversas regiões do DF. Durante as inspeções, mais de 2,5 toneladas de alimentos foram retiradas de circulação por apresentarem condições inadequadas para o consumo, principalmente por estarem com o prazo de validade vencido ou armazenados fora da temperatura recomendada.
Além das apreensões, a Vigilância Sanitária intimou 139 estabelecimentos para correção de irregularidades e determinou a interdição de 19 locais. As principais falhas encontradas foram ausência de licenciamento sanitário e problemas estruturais. Nos casos mais graves, as interdições atingiram áreas de produção que não atendiam às exigências mínimas de higiene e segurança.
A diretora da Vigilância Sanitária do DF, Márcia Olivé, explica que a operação busca equilibrar rigor técnico e caráter educativo. “Nosso foco é proteger a saúde da população e, ao mesmo tempo, orientar comerciantes e consumidores para que as festas ocorram sem riscos relacionados à alimentação”, afirmou. Segundo ela, mais da metade das ações resultou apenas em termos de orientação, permitindo adequações antes da aplicação de sanções.
Fiscalização além dos buffets
De acordo com o gerente de fiscalização da Secretaria de Saúde (SES-DF), Gustavo de Lima, o trabalho deste ano ampliou o escopo das inspeções. “Passamos a fiscalizar também estabelecimentos que não funcionam como buffet, mas que, nesse período, oferecem pratos específicos de Natal e ceias completas. A ideia é garantir que todos tenham condições adequadas para esse tipo de oferta”, destacou.
Durante as vistorias, as equipes avaliaram infraestrutura, rotinas de limpeza, boas práticas de manipulação e estratégias de conservação dos alimentos. Quando há risco imediato ao consumidor, as penalidades podem incluir multas que variam de R$ 2 mil a R$ 75 mil, além da interdição parcial ou total do estabelecimento.
Cuidados na hora da compra
A Vigilância Sanitária também reforça a importância da atenção do consumidor no momento da compra. A agente de vigilância ambiental em saúde Juliana Rodrigues alerta para sinais visuais e sensoriais, especialmente em carnes. “Alterações de cor ou odor são indícios claros de deterioração e devem ser motivo para recusa do produto”, orienta.
No caso de alimentos congelados, a recomendação é observar se há sinais de degelo, se os freezers estão em funcionamento adequado e se as embalagens estão íntegras e dentro do prazo de validade. Outro ponto destacado é a escolha de estabelecimentos com procedência comprovada e condições visíveis de higiene.
Denúncias ajudam na fiscalização
Até o início deste mês, a Vigilância Sanitária do DF recebeu cerca de 1,1 mil denúncias relacionadas a padarias e supermercados, registradas por meio do portal Participa DF. No mesmo período, aproximadamente 2,6 mil ações fiscalizatórias foram realizadas nesses segmentos.
A população pode colaborar acionando a ouvidoria do GDF para solicitar fiscalizações ou registrar reclamações, seja pela internet, pelo telefone 162 ou presencialmente em unidades de atendimento do governo.


